“Fazer caminhadas e tomar sol, cuidar da nossa saúde física e mental, fazer amigos e promover encontros e recolher todo lixo que encontrarmos pelo caminho”. Com esses pilares estabelecidos, o grupo Formiguinhas da Praia uniu empreendedorismo, sustentabilidade e socialização em um único projeto. Criado em abril de 2022, na cidade de Praia Grande/SP, a iniciativa fez 2 anos de atuação e vem expandindo seu trabalho por toda a região da Baixada Santista.
A presidente do grupo, Alessandra Campos, conta como tudo começou: “No dia 02/04/22 fiz uma postagem no Facebook e convidei os moradores da praia Canto do Forte para caminharem comigo e juntos recolheríamos todo o lixo que encontrássemos pelo caminho”. Ela explica que o que a motivou foi o incômodo ao caminhar pela praia e se deparar com uma enorme quantidade de lixo espalhados pela orla e que, a partir daí, começou a recolher sacolas de lixo durante suas caminhadas. O que começou sozinha, logo tornou-se um pequeno grupo. “No dia 04/04/22, quatro mulheres vieram me encontrar, e fizemos a nossa primeira caminhada e coleta juntas. Neste dia, recolhemos 10 sacolas de lixos, microlixos e resíduos diversos, perfazendo um total de aproximadamente 10 kg”.
Além da limpeza das praias, Alessandra fala da importância individual e coletiva do projeto, promovendo encontros entre os voluntários/as e participação em eventos como festas de aniversário, bingos, bailes e, principalmente, atividades onde se reúnem para separar o lixo reciclável e criação de oficinas criativas. “Visamos sempre a convivência e o bom relacionamento entre os membros do grupo”, acrescenta.
Para este ano, a meta é conseguir patrocinadores e apoio financeiro para aumentar o alcance do projeto, por meio de ajuda entre comerciantes, construtoras, empresários e políticos da região. “Necessitamos de muitos materiais (EPIs) de trabalho, como por exemplo: luvas, rastelos, pás de lixo, sacos de lixo entre outros. E, até o momento, ainda não recebemos nenhum recurso financeiro ou ajuda de órgãos públicos ou empresas particulares. Todos os materiais que necessitamos e utilizamos diariamente são adquiridos com recursos dos próprios voluntários/as do nosso grupo”, comenta Alessandra.
O Instituto Ecoar defende firmemente as iniciativas que visam a sustentabilidade e a destinação correta no descarte de resíduos sólidos, uma vez que essa prática contribui não somente para o bem-estar da população, mas de todo o ecossistema local. Desde a preservação do meio ambiente, disseminação de doenças, até a prevenção contra grandes desastres ambientais, como enfrenta, atualmente, o estado do Rio Grande do Sul, passam pela responsabilidade no cuidado ao descarte de resíduos sólidos. Quando descartado de maneira errada, estes resíduos se acumulam e podem obstruir bueiros, sobrecarregando sistemas de esgoto e escoamento e, dessa forma, impedem a passagem de águas pluviais, potencializando o processo de alagamentos e enchentes, por exemplo.
Nos anos de 2003 e 2004, o Instituto Ecoar formou 800 agentes comunitários ambientais, em um projeto patrocinado pela UNESCO, capacitando-os para atuarem nas comunidades em projetos que privilegiaram a melhoria da qualidade de vida local, assim como o trabalho das Formiguinhas da Praia.
Atualmente, a iniciativa conta com a participação de 400 voluntários/as, sendo 95% de mulheres, na faixa etária acima dos 50 anos, e já realizaram mais de 50 mutirões entre as praias das cidades de Mongaguá, São Vicente, Itanhaém e Peruíbe, na Baixada Santista. “Desejamos também montar uma equipe de voluntários nas três cidades que ainda não atuamos, que são: Santos, Bertioga e Guarujá”. Para conhecer mais sobre o trabalho, basta acessar o perfil oficial das Formiguinhas da Praia no Instagram, @formiguinhasdapraia.
(Créditos da imagem: Sylvia Terano)
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