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Os mandamentos da comunidade sustentável




O Instituto Ecoar apresenta os critérios socioambientais necessários para uma comunidade que busca o desenvolvimento sustentável.

Discutir o meio ambiente transformou-se em prioridade nos últimos tempos. Porém, muitos ainda não têm claro qual o verdadeiro significado dessa expressão e o que ela realmente representa para o mundo. Para o Instituto Ecoar para a Cidadania, o meio ambiente não corresponde apenas à rede formada pela interação dos animais, das plantas, dos microrganismos e das substâncias inorgânicas. A visão inclui o espaço construído e a vida social da espécie que maiores alterações têm causado nesse cenário: a espécie humana.

“Partimos de uma dimensão socioambiental, em que meio ambiente e qualidade de vida caminham juntos. Afinal, tanto a poluição como as desigualdades sociais afetam negativamente a qualidade de vida e têm impactos profundos sobre o meio ambiente”, afirma a presidente do Instituto Ecoar para a Cidadania, Miriam Duailibi. Segundo essa visão, o crescimento econômico sozinho não é capaz de garantir qualidade de vida. “Precisamos de um desenvolvimento que seja sustentável, isto é, que seja economicamente viável, ecologicamente equilibrado e capaz de propiciar às pessoas melhorias em sua qualidade de vida, além de estimular com o exercício da cidadania e o aprimoramento da democracia”, completa.

Há pouco mais de quatro décadas, o Brasil adotou um modelo de desenvolvimento que têm gerado, pelo menos, três subprodutos indesejáveis: poluição, esgotamento de recursos naturais e um dos maiores índices de desigualdade social do mundo. Os resultados dessa mentalidade são gritantes nas grandes cidades, mas seus efeitos já se fazem sentir também nos demais municípios brasileiros. “Muita gente ainda acha que o termo meio ambiente refere-se apenas a árvores, rios, animais, esquecendo-se que os seres humanos são parte fundamental desse cenário e que são os principais responsáveis pelo comprometimento da qualidade ambiental e pelo desequilíbrio que estamos vivendo”, explica Miriam.

Com o crescimento desordenado surgem atividades que produzem riquezas à base de recursos naturais, mas que não têm durabilidade nem viabilidade socioambiental, e, portanto, não são sustentáveis. O conceito de desenvolvimento sustentável coloca as pessoas e o meio ambiente no mesmo patamar, pois entende a profunda relação que existe entre qualidade ambiental e qualidade de vida. Quando se olha com mais atenção a história da humanidade, percebe-se que a economia também está sujeita às leis da natureza: tudo o que produzimos requer recursos naturais, que acabam por retornar ao ambiente como resíduos. Por produzir muito para atender uma demanda deliberadamente majorada, gera-se também muitos resíduos sólidos que acabam criando um seríssimo problema socioambiental.

No processo de desenvolvimento do Brasil, há diversos exemplos de ciclos de rápida prosperidade. Mas quando esgotou a base de recursos, só deixaram pobreza e terra arrasada. Basta lembrar do pau-brasil, do ouro, do café, da borracha.

“Uma obra ou empreendimento pode ser executada para beneficiar todo o País, mas é no local que os maiores impactos serão sentidos. Com o meio ambiente também é mais fácil e mais barato prevenir do que remediar. É só pensar, por exemplo, quanto tempo leva e quanto dinheiro custa para despoluir um rio. Ao pensar em um modelo de desenvolvimento sustentável, os municípios podem descobrir ou desenvolver novas vocações e incentivar a participação de seus cidadãos e cidadãs, promovendo a responsabilidade de todos com a gestão ambiental”, finaliza a ambientalista.

Para entender como isso funciona, na prática, a organização inglesa Local Government Municipal Board (LGMB), com base em critérios socioambientais de sustentabilidade, preparou uma lista mostrando o que um município em busca do desenvolvimento sustentável deve ter, conforme abaixo:

  1. Não desperdiçar energia e recursos;

  2. Produzir pouco lixo;

  3. Limitar a poluição de forma que possa ser absorvida pelos sistemas naturais;

  4. Valorizar e proteger a natureza;

  5. Atender às necessidades locais localmente, sempre que possível;

  6. Prover casa, comida e água limpa para todos;

  7. Dar oportunidades para que todos tenham um trabalho do qual gostem. Valorizar o trabalho doméstico;

  8. Proteger a saúde de seus habitantes, enfatizando a higiene e a prevenção de doenças;

  9. Prover meios de transporte acessíveis;

  10. Investir em segurança, para que as pessoas vivam sem medo de crimes ou perseguições;

  11. Permitir acesso igualitário às oportunidades;

  12. Garantir acesso ao processo de decisão;

  13. Dar oportunidades de cultura, lazer e recreação.

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