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Normal ou novo normal?



A cada vez que a pandemia causada pelo Coronavírus arrefece grande parte da população começamos a pensar e falar, aliviados/as, de volta à “vida normal”.


Esquece-se que voltar ao “antigo normal” significa não ter aprendido com a dor, com as perdas, com o sofrimento. Significa não ter compreendido que a Terra entrou em nova fase, a do aquecimento global e, portanto, está fora de seu ponto de equilíbrio como se torna explicito pela frequência dos eventos extremos que nos atingem.


As enchentes avassaladoras no sul da Bahia, em Minas Gerais e em cidades paulistas, a destruição e as mortes em Petrópolis não podem passar despercebidas e tampouco serem atribuídas às chuvas de verão.


É hora de percebermos que nossa Mãe-Terra não aguenta mais o desmatamento, a extração de minérios, a ocupação que já alcança 83% da área do Planeta, a poluição de nossos carros, ônibus, fábricas, a contaminação das águas, do solo, dos aquíferos, a destruição das espécies.


Não esperemos, pois, que a vida volte ao normal. É fundamental para a continuidade da vida da nossa espécie, com qualidade, no Planeta que aprendamos com os fatos e reformulemos nosso modo de ser e estar neste mundo.


A ciência nos mostra que o nosso planeta foi afetado em seu equilíbrio e que um novo equilíbrio se dará, mas não há controle sobre como será, nem quando ele ocorrerá e nem em que patamar de temperatura média o clima se estabilizará.



Crise Ecológica Global

Só o que sabemos é que estamos vivendo a primeira crise ecológica global, onde a eclosão da Covid19 é apenas a ponta do iceberg.


Já é realidade o derretimento paulatino do permafrost - camada do subsolo da crosta terrestre situada na região do ártico, do Canadá à Sibéria, que está permanentemente congelada e concentra 1,5 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, o dobro do carbono que está na atmosfera atualmente. Este carbono está sendo liberado também na forma de gás metano, 28 vezes mais nocivo para o aquecimento global que o dióxido de carbono.


Tanto o derretimento do permafrost quanto as queimadas na Amazônia e a expansão ininterrupta da ocupação humana, podem liberar da natureza trilhões de vírus desconhecidos que ao ver seu habitat ameaçado ou destruído entram em contato com animais domésticos para depois, muito facilmente, serem transmitidos para os/as humanos/as.


Foi assim com o vírus da Aids, do Ebola, do Covid19. Quantos mais virão?



Aprendizagem, mudança ou o fim?


A cada surto de novo vírus, a cada evento extremo causado pelas mudanças climáticas, milhões de vidas são perdidas e trilhões de dólares são necessários para enfrentar os acontecimentos.


Não seria muito mais lógico, mais coerente e inclusive mais barato investir em fortes medidas de prevenção de novas doenças e eventos extremos? E por que então não o fazemos?


Diz a máxima popular que as pessoas aprendem pelo amor ou pela dor. Temos sentido muita dor, por nós mesmos/as e pelos/as outros/as e, no entanto, muito pouca coisa está mudando.


Cada um e cada uma de nós tem o dever de fazer sua parte, como individuo mudando seus hábitos de consumir e descartar, poupando recursos naturais, aprendendo que não há mais lugar no Planeta para desperdício, abuso, irresponsabilidade. Como parte de uma comunidade trabalhando pelo coletivo, contribuindo para a construção de comunidades sustentáveis. Buscando debater o desenvolvimento que se quer. Como consumidor/a, beneficiando a economia local, os produtos amigáveis ao meio ambiente, recusando-se a consumir produtos e serviços de empresas poluidoras e não éticas. Como eleitor/a cobrando dos/as políticos/as proatividade nas questões socioambientais.


Ou aprendemos com a crise e mudamos ou não haverá futuro com qualidade de vida para a espécie humana neste lindo e frágil planeta Terra.


Vamos fazer a nossa parte?





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