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Por que votar em candidatos/as comprometidos/as com o meio ambiente?

Atualizado: 13 de out. de 2022

Fonte: Ecodebate


As eleições se aproximam e se faz fundamental que todos/as os/as eleitores/as e reflitam sobre o poder de seu voto.


Não se trata apenas de escolher pela simpatia, ideologia ou até mesmo interesses pessoais. Nosso país nos últimos anos optou por uma política de destruição acelerada de nossos recursos naturais, baseada na defesa de interesses dos setores mais atrasados, porém muito poderosos, da sociedade.


Parte dos/as empresários/as do agronegócio, exploradores/as de garimpo, grileiros/as de terras, representados/as por uma forte bancada no Legislativo, tentam a todo preço e todo custo, flexibilizar a legislação fundiária, o Código Florestal, a legislação sobre recursos hídricos, a proteção aos territórios indígenas e às reservas florestais, além de liberar o uso indiscriminado de agrotóxicos, muitas vezes proibidos nos países mais desenvolvidos.


Tentaram, e ainda tentam diuturnamente “passar a boiada”! Só não passaram mais bois pela mobilização constante dos movimentos sociais, espacialmente, o/a ambientalista que se uniu aos/as valorosos/as e combativos/as, embora em pequeno número, deputados e deputadas que nos representam no legislativo.


No momento em que vivemos, onde a emergência climática se impõe com força  dramática, agravando ainda mais as consequências do desmatamento, da grilagem de terra, das queimadas, do garimpo ilegal, para além dos problemas sociais como a volta da fome, o recrudescimento da miséria, da pobreza, a proliferação de epidemias, o retorno de doenças já consideradas extintas, precisamos nos posicionar firmemente para a interrupção este processo de destruição e caos e iniciar a reconstrução do país que precisamos.


Um país de paz, respeito aos ecossistemas naturais, e aos sistemas sociais.


É preciso estar atento/a aos sinais que temos visto em nosso país nos últimos anos. Sinais de um processo perverso de destruição socioambiental e econômica, que se não revertido pode agravar ainda mais as conturbações sociais e a tragédia ambiental.


Refletir é urgente!


A cada área desmatada ou queimada, maior a alteração climática. As consequências não são apenas locais, mas afetam o sistema de chuvas e de ventos causando longos períodos de seca em todo o país. A seca prolongada prejudica sobremaneira o agronegócio que, muitas vezes, está vinculado ao desmatamento, às queimadas, ao enfraquecimento dos órgãos ambientais...


As consequências de tamanha ignorância se fazem sentir também na saúde das populações locais que além de respirarem fumaça ainda tem seu sangue contaminado pelo mercúrio despejado pelo garimpo nas águas da Amazônia!

Mas não apenas as populações ribeirinhas têm sua saúde prejudicada! Nuvens de fumaças advindas das queimadas chegam ao sudeste e ao centro-oeste, os peixes que abastecem os mercados de todo o país podem também estar contaminados.


A falta de cuidados com o meio ambiente reflete no agravamento da pobreza, aumentam as migrações para as grandes cidades, reforçando a concentração de pessoas vivendo em situação de insalubridade nas periferias e nas ruas.


O sistema público de saúde fica sobrecarregado e são necessários ainda mais recursos governamentais para dar assistência minimamente decente à população.


Não se pode pensar as questões ambientais de forma linear. Os fenômenos naturais se interconectam em forma de rede e retroagem. É preciso pensar sistemicamente, ou seja, analisar o contexto completo, compreender os padrões para agir de forma a conservar as condições imprescindíveis para a sobrevivência e para qualidade de vida.

  

O pensamento retrogrado dos/as atuais governantes, que desconhecem completamente as ciências naturais e desprezam o conhecimento tradicional e os movimentos sociais estão levando o país à uma equação dramática na qual só ganham pessoas inescrupulosas que em nada contribuem com o país, pois sequer pagam corretamente seus impostos.


Está na hora de dar um basta à ignorância, à falta de ética e de escrúpulos, ao individualismo e ao imediatismo.


Necessário refletir e escolher candidatos/as cujas biografias e atuação previa confirmem sua compreensão e engajamento com a questão ambiental. 


Conservar os recursos naturais e restaurar os ecossistemas destruídos significa preservar a saúde da população, tornar possível o desenvolvimento do país de forma sustentável, recuperar a reputação internacional do Brasil, prover a alimentação dos/as brasileiros/as a preços compatíveis com a renda do país, recuperar um ambiente de paz no campo e nas cidades.


Analisar, pensar e votar em candidatos/as que compreendam a essencialidade da conservação ambiental, que tenham empatia pelas mazelas da população mais vulnerável, que respeitem todos/as os/as seres humanos/as e demais espécies com as quais compartilhamos o território é tarefa urgente, missão de todos e todas!


 

Miriam Duailibi

Jornalista e educadora ambiental. Presidente do Instituto Ecoar.

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